Por: Richard Baxter
Assim,
como a memória do iníquo promoverá eternamente o tormento dele, ao
examinar os prazeres que desfrutava, o pecado cometido, a graça
recusada, Cristo negligenciado e o tempo perdido, também a memória dos
santos proporcionará para sempre sua alegria.
Mas
a alegria plena, íntima e doce é aquela das emoções, do amor e da
alegria; e ela é íntima, pois o amor é a essência da alma, e o amor a
essência de Deus. "Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor
permanece em Deus, e Deus nele" (1Jo 4.16). Agora a pobre alma clama, ó,
que eu possa amar mais a Cristo! Mas--ai de mim!--não consigo; sim, mas
você não pode fazer nada a não ser escolher amar ao Senhor; eu quase
disse, abstenha-se disso se puder. Bem, sua salvação não é aperfeiçoada,
nem suas misericórdias compradas; contudo, desista; mas quando a lápide
for lançada, você, aos berros, implorará: "Graça, graça!". Agora, sua
santificação é imperfeita, e seu perdão e justificação não são tão
completos como o serão em nosso descanso eterno; agora você não conhece
aquilo que lhe traz alegria e, portanto, ama o que é menor; mas quando
você sabe que muito lhe foi perdoado e muito lhe foi concedido, você
amará ainda mais.
Cristãos, o seu amor não se agita quando se lembram de todas as experiências e as manifestações do amor do Senhor, quando olham em retrospectiva para a vida de misericórdias? A gentileza não os faz derreter, e a luz da divina bondade não aquece o coração enregelado de vocês? O que ele fará naquele momento em que você viverá imerso em amor e tiver tudo nele, que é tudo? Ó deleites do amor, desse amor; a alegria que o coração encontra nele; a satisfação que ele nos traz junto com ele! Certamente, o amor é trabalho e retribuição!
E se isso fosse tudo, que grande favor Deus nos prestaria ao permitir que o amemos; que ele se digne a ser abraçado por braços que já abraçaram o pecado e a ganância antes de abraçá-lo. Ele retribui amor por amor; não mil vezes mais, pois, por mais perfeitos que sejamos, não podemos alcançar a medida de seu amor. Cristão, você transbordará de amor; mesmo que ame o tanto que lhe for possível, deverá ser dez mil vezes mais amado. Você acha que não conseguiria amá-lo em demasia? Como! Amar mais que o Amor? Os braços do Filho de Deus não estavam sobre a cruz, e seu lado não foi perfurado com a lança, e esse coração e esses braços não estarão abertos para você na glória? Ele não começou a amá-lo antes que pudesse amá-lo e não continuará a amá-lo agora? Ele não amou você, um inimigo; você, um pecador; você que, até mesmo, despreza a si mesmo, e o comprou como seu quando você o repudiou? E ele não amará imensamente você, um filho; você, um santo perfeito; você, que retribui amor com amor? Você está habituado a questionar seu amor? Duvide deste amor agora, se puder. Aos seus olhos, ser amado por Deus é algo pequeno? Cristão, creia nisso e pense sobre isso. Você será eternamente abraçado nos braços desse amor, que sempre foi eterno e durará por toda a eternidade; este amor que trouxe o Filho de Deus do céu para a terra, da terra para a cruz, da cruz para a sepultura, da sepultura para a glória; este amor que ficou cansado e faminto, e que foi tentado, escarnecido, açoitado, esbofeteado, humilhado, crucificado e furado com uma lança; esse amor que jejuou, orou, ensinou, curou, chorou, suou, sangrou, morreu --, esse amor o abraçará eternamente. Quando o amor perfeito e criado e o amor mais perfeito e incriado se encontrarem, ó abençoado encontro! Cristo é a pedra preciosa poderosa, atraente e eficaz que atrai para si todos que são semelhantes a ele. Você agora não tem mais de lidar com criaturas inconstantes, mas apenas com ele "em que não há mudança, nem sombra de variação" (Tg 1.17; ARC), o Deus imutável. O que devemos dizer a essas coisas? O amor infinito certamente é um mistério para a capacidade finita. Não é de admirar que os anjos desejem espreitar esse mistério; e a responsabilidade dos santos aqui é procurar descobrir a altura, a largura e a profundidade desse amor, embora ele ultrapasse qualquer entendimento. E o descanso dos santos é esse deleitar-se em Deus por meio do amor.
Cristãos, o seu amor não se agita quando se lembram de todas as experiências e as manifestações do amor do Senhor, quando olham em retrospectiva para a vida de misericórdias? A gentileza não os faz derreter, e a luz da divina bondade não aquece o coração enregelado de vocês? O que ele fará naquele momento em que você viverá imerso em amor e tiver tudo nele, que é tudo? Ó deleites do amor, desse amor; a alegria que o coração encontra nele; a satisfação que ele nos traz junto com ele! Certamente, o amor é trabalho e retribuição!
E se isso fosse tudo, que grande favor Deus nos prestaria ao permitir que o amemos; que ele se digne a ser abraçado por braços que já abraçaram o pecado e a ganância antes de abraçá-lo. Ele retribui amor por amor; não mil vezes mais, pois, por mais perfeitos que sejamos, não podemos alcançar a medida de seu amor. Cristão, você transbordará de amor; mesmo que ame o tanto que lhe for possível, deverá ser dez mil vezes mais amado. Você acha que não conseguiria amá-lo em demasia? Como! Amar mais que o Amor? Os braços do Filho de Deus não estavam sobre a cruz, e seu lado não foi perfurado com a lança, e esse coração e esses braços não estarão abertos para você na glória? Ele não começou a amá-lo antes que pudesse amá-lo e não continuará a amá-lo agora? Ele não amou você, um inimigo; você, um pecador; você que, até mesmo, despreza a si mesmo, e o comprou como seu quando você o repudiou? E ele não amará imensamente você, um filho; você, um santo perfeito; você, que retribui amor com amor? Você está habituado a questionar seu amor? Duvide deste amor agora, se puder. Aos seus olhos, ser amado por Deus é algo pequeno? Cristão, creia nisso e pense sobre isso. Você será eternamente abraçado nos braços desse amor, que sempre foi eterno e durará por toda a eternidade; este amor que trouxe o Filho de Deus do céu para a terra, da terra para a cruz, da cruz para a sepultura, da sepultura para a glória; este amor que ficou cansado e faminto, e que foi tentado, escarnecido, açoitado, esbofeteado, humilhado, crucificado e furado com uma lança; esse amor que jejuou, orou, ensinou, curou, chorou, suou, sangrou, morreu --, esse amor o abraçará eternamente. Quando o amor perfeito e criado e o amor mais perfeito e incriado se encontrarem, ó abençoado encontro! Cristo é a pedra preciosa poderosa, atraente e eficaz que atrai para si todos que são semelhantes a ele. Você agora não tem mais de lidar com criaturas inconstantes, mas apenas com ele "em que não há mudança, nem sombra de variação" (Tg 1.17; ARC), o Deus imutável. O que devemos dizer a essas coisas? O amor infinito certamente é um mistério para a capacidade finita. Não é de admirar que os anjos desejem espreitar esse mistério; e a responsabilidade dos santos aqui é procurar descobrir a altura, a largura e a profundidade desse amor, embora ele ultrapasse qualquer entendimento. E o descanso dos santos é esse deleitar-se em Deus por meio do amor.
O
sentimento de alegria não tem a menor participação nesse deleitar-se. É
a isso que todo o descanso nos leva e a isso que se resume; exatamente a
complacência que os abençoados sentem ao ver, ao conhecer e ao amar a
Deus e também ao ser o amado do Senhor. Essa é a "pedra branca com um
novo nome nela inscrito, conhecido apenas por aquele que o recebe" (Ap
2.17); e se há alguma alegria que o estrangeiro desconhece, então,
certamente, e acima de tudo, é essa. Todos os caminhos da misericórdia
de Cristo levam às alegrias dos santos e ali findam. Ele chorou,
entristeceu-se e sofreu para que eles pudessem se regozijar; ele enviou o
Espírito Santo para ser o Consolador deles; ele multiplica suas
promessas, revela a felicidade futura deles para que a alegria deles
possa ser plena; as misericórdias do Senhor para com eles sobejam; ele
os faz repousar em verdes pastagens e os conduz a águas tranqüilas; sim,
o Senhor abre as fontes de água viva para que a alegria deles seja
plena; para que não mais tenham sede e para que a vida eterna brote
neles. Sim, ele permitiu que sofressem para que pudessem regozijar-se; e
os purificou para que pudesse lhes dar o descanso; e os fez beber de um
ribeiro à beira do caminho para que pudessem erguer a cabeça.
Ó
quão grande alegria será essa; em que a alma foi perfeitamente
preparada para a alegria, e a alegria preparada por Cristo para a alma, e
o regozijo será eternamente nosso trabalho e nossa responsabilidade!
Sua pobre alma que ora por alegria, que espera pela alegria, que reclama
em razão da falta de alegria, que anseia pela alegria--oras, naquele
momento, você terá a alegria plena, tanta que não poderá abraçá-la, e
muito mais que foi capaz de imaginar, e seu coração de desejar. E, nesse
meio tempo, ande cuidadosamente, esteja sempre atento e, depois, deixe
que Deus meça seu tempo e sua medida de alegria. É possível que o Senhor
os guarde até que você não tenha mais necessidade deles: é melhor
perder o conforto que a segurança.
E não
apenas a sua alegria; é alegria mútua, como também amor mútuo. Houve tal
alegria no céu quando você se converteu, e não haverá nenhuma em sua
glorificação? Os anjos não lhe darão as boas-vindas e o saudarão por sua
chegada segura? Sim, essa é a alegria de Jesus Cristo; pois agora,
quando alcançarmos nossa alegria, ele tem o fim da obra que realizou, ao
sofrer e morrer; quando ele for "glorificado em seus santos e admirado
em todos os que creram" (2Ts 1.10). Somos sua semente e o fruto do
trabalho de sua alma e, quando ele nos vir, ficará satisfeito. Essa é a
colheita de Cristo, quando ele ceifará a colheita de seu trabalho; e
quando ele vir que não foi em vão, isso não o fará se arrepender de seus
sofrimentos, pois ele se alegrará com sua herança resgatada, e seu povo
se alegrará nele.
Sim, o Pai também
acrescenta alegria a nossa alegria. Da mesma forma que entristecemos seu
Espírito e o cansamos com nossas iniqüidades, ele também se alegra com
nosso bem. Ó como ele aqui observa prontamente o retorno do filho
pródigo, mesmo a grande distância; como ele corre para encontrá-lo; e a
doce compaixão com que o abraça ternamente e o beija; e veste-o com a
melhor veste, e coloca um anel em seu dedo e calçados em seus pés, e
escolhe um novilho gordo para que possam comer carne e celebrar! Esse
realmente é um encontro afortunado; mas não é nada em comparação com os
abraços e a alegria do último e grandioso encontro.
Sim,
e ainda mais. Deus ama e se alegra mutuamente, e ele também faz desse
nosso descanso o seu descanso. Ele não instituiu o sábado como descanso
dos seis dias de trabalho quando viu que tudo que fizera ficou bom, e
muito bom? E que eterno sabatismo teremos naquele momento em que toda a
obra de redenção, de santificação, de preservação e de glorificação
estiver completa, e sua obra estiver mais perfeita que nunca, e
realmente ficar muito boa! Assim, afirma-se que o Senhor se regozija e
se deleita com seu povo. Ó, cristãos, escrevam estas palavras em letras
de ouro: "O SENHOR, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para
salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor,
regozijar-se-á em ti com júbilo" (Sf 3.17; ARA).
Extraido: josemarbaxter
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